segunda-feira, 26 de março de 2018

A NOVA FACETA DE DILMA ROUSSEFF: CENSORA ACIDENTAL. E NÓS, QUE ODIÁVAMOS TANTO A DONA SOLANGE!

Há meio século, Ruth Escobar protestava contra a censura. Hoje a Dilma quer praticá-la... 
Dilma Rousseff era socialista durante a fase da luta armada, depois se tornou trabalhista no PDT, reformista no PT e neoliberal no seu segundo governo. Que salada ideológica mais indigesta!

Militou na resistência ao regime militar, mas em 2014 sancionou Lei Antiterrorismo para intimidar os que protestavam contra a Copa das Maracutaias.

Foi torturada mas, como presidente da República, mandou às urtigas a determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos relativa à necessidade de apuração das mortes do Araguaia e de revisão da anistia de 1979, que igualou as vítimas a seus carrascos.

Conheceu e deve ter-se indignado com a censura ditatorial, mas agora quer brincar de censora acidental, ameaçando mover céus e terras contra a Netflix por causa da série O mecanismo, dirigida por José Padilha. Fala até em insuflar um boicote internacional a tal produtora.

Quando foi lançado Tropa de Elite, filme de Padilha que relativiza o horror inerente à prática da tortura, ela não deu a mínima. Já a série sobre a corrupção, inclusive a do PT, a deixa espumando de raiva.

Uma pela outra, tenho mais simpatia pela Dª Solange Hernandes, a diretora do Departamento de Censura Federal que se tornou símbolo dos censores do regime militar. Pelo menos ela declarou depois que não gostava de nada daquilo e só fazia o que fazia por precisar do emprego.

Já a Dª Solange Rousseff faz o que faz porque continua tentando até hoje impingir ao mundo a conversa mole sobre políticos angelicais que teriam sido falsamente inculpados por magistrados satânicos... 
Observação: não vi nem vou ver a série O mecanismo. Não aprecio esse tipo de entretenimento, muito menos filmes que heroicizem policiais. Mas, nunca concordarei com a censura política. 

A resposta que temos de dar a obras que sejam ou consideremos falaciosas é manifestando nosso desagrado e deixando de lhes proporcionar audiência. De resto, que cada um defenda livremente aquilo em que acredita e responda por isso no tribunal das consciências.   

Até porque, além dos quatro processos a que me submeteram durante os anos de chumbo por participação na resistência à ditadura, houve um quinto, por minha posterior atuação jornalística. Jamais me igualarei à obtusidade autoritária dos meus inimigos. (Celso Lungaretti)

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